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Khaleesi (Emilia Clarke) e Khal Drogo (Jason Momoa) na primeira temporada de GOT
     Picantes e polêmicas cenas de sexo são sempre muito comentadas nas mídias sociais. Muitas vezes feitas apenas para enfeitiçar novos espectadores, atrair novos olhares e dar bom ibope. Hoje, mais do que dar uma notícia venho dissertar sobre o assunto com seriedade. Recentemente eu e meus colegas do Bosque dos Gigantes tivemos uma discussão sobre a importância e a necessidade de tais cenas passarem na televisão, se isto seria algo fútil e interesseiro, ou benevolente.
    Além de entender e respeitar a indicação etária, o telespectador precisa compreender que certas séries trazem tais cenas pra mostrar a construção de caráter do personagem, seu desenvolvimento e sua vida cotidiana. Sexo é uma coisa íntima, e pros dias de hoje onde a luta contra antigos tabus é enorme mostrar as cenas na televisão não me parece errado, até porque muitas destas trazem à tona discussões muito necessárias, como a interacionalidade, estupro e feminismo, como em Jessica Jones, traição de uma relação monogâmica, como em How To Get Away With Murder, questões LGBTs, como em Orange Is The New Black, transsexualidade, em Sense8, e diversos outros assuntos dos quais as pessoas precisam abrir suas mentes e mostrar seus pontos de vista.

Jessica Jones (Krysten Ritter) e Luke Cage (Mike Cage).

  Temos séries que tratam do assunto com maturidade, e para dar audiência para tal é preciso que você mesmo tenha maturidade pra ver estas cenas. Particularmente não acho que séries Teens devam exibir este conteúdo, por mais que a adolescência seja tempo de descobertas e muitas vontades a serem saciadas, fazer menção ao ato já é o bastante, pois incentiva aqueles que alienados buscam repetir as escolhas de seu personagem favorito. Pretty Little Liars e The 100 são exemplos deste caso, por mais que mudem a faixa etária temporada após temporada, a justificativa de que seus telespectadores estão crescendo junto com a série não é boa o bastante, pois dia após dia novas pessoas dão início em séries, e não assistirão uma temporada por ano para acompanhar tais mudanças.
   É preciso entender que por mais que você não esteja afim do conteúdo erótico, mesmo que não esteja assistindo Masters Of Sex, você está sujeito a vê-lo por conta e risco (ou prazer). Se é uma série familiar você deve reunir a família no sofá, mas se não for o caso não o faça. Sempre terão indicativos do que pode acontecer, não só com sexo, mas tortura, violência, sofrimento e coisas do gênero, que devem e continuarão passando na tv, por simplesmente acontecerem, coisas das quais precisamos mostrar nossos pontos de vista sobre e discutir o assunto.
  A personagem de Khaleesi, do seriado Game Of Thrones, capa desta postagem mostrou como cresceu ao estar com Khal Drogo, nas primeiras cenas de sexo Khalessi sempre dava as costas para Drogo, submissa, com medo, foi destinada a estar ali, obrigada. Deu a volta por cima, e quis olhar nos olhos do parceiro ao realizar o ato novamente, além de estar fazendo por vontade, quis demonstrar sua presença, sim, mulher também transa, também sente prazer, e também realiza suas vontades. Dona de si, a partir daquela temporada a personagem só engrandeceu, das pequenas as grandes conquistas, Daenaerys poderia não ser a mesma hoje se não tivesse a coragem que teve naquela cena de sexo.
 Portanto cenas de sexo não são apenas cenas avulsas e evasivas, toda cena foi feita por um motivo, você entendendo ele ou não. O importante é respeitar a faixa etária e compreender que o que está acontecendo na sua tela é algo natural, o qual todos vivenciaremos, e procurar saber o propósito da cena é igualmente importante, não adianta ver 12 horas de séries por pura inércia, todo episódio ensinará algo pra você, ou fará você repensar o assunto de alguma maneira. Viva sua sexualidade, e deixe que seu personagem viva a dele também!
 
Nicky Nichols (Natasha Lyonne) em Orange Is The New Black.

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