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3 filmes que te ensinarão a lidar com o tempo!

       Vivemos em uma época em que não temos tempo para fazer tudo o que queremos. Não podemos assistir a todas as séries do mundo, não podemos assistir a todos os filmes, nem ler todos os livros e nem ir a todas as festas. O tempo e a humanidade nunca caminharam em velocidades tão diferentes. E por mais que a tecnologia esteja ai tentando tornar tudo mais rápido para nos poupar tempo, são lançados em cima de nós muitos atrativos simultâneos.  A sociedade nos pressiona, nos molda, nos empurra para diversos esteriótipos. Perdemos muito tempo nos preocupando com detalhes tão banais e tão simplórios, que ao fim do dia, nos pegamos reclamando que estamos sem tempo para o resto. Tempo, tempo, tempo... Precioso, valioso e mau aproveitado.

                                   

      Afinal, como devemos tratar nosso tempo? Como "dinheiro", como em O Preço do Amanhã? Como uma ferramenta em busca de um verdadeiro amor, como em Timer? Ou como uma forma de aproveitar todas as experiências boas e ruins que entram em nosso caminho, como em Questão de Tempo? Cada obra, em sua singularidade, em seu mundo inconfundível, critica algum ponto em que o espectador erra em encarar o tempo, por isso são histórias tão fáceis de tocar o público. Por mais que não sejam filmes que fizeram quaisquer sucessos extraordinários nas bilheterias ou nas premiações, são roteiros muito bem bolados para fazer você repensar a sua vida e sua maneira de encarar seu relógio.


    1- Questão de Tempo, de Richard Curtis. (2013)




       Estar antenado no mundo da TV, do Cinema e da Literatura nunca foi tão difícil. Toda semana sai uma série nova, um filme novo e rapidamente as vitrines das livrarias são reorganizadas. Pessoas como eu, que amam apreciar todas essas formas de arte do mundo contemporâneo, ficam cada vez mais frustradas imaginando tudo o que ainda não puderam absorver e o que talvez morrerão sem ter degustado.
      Questão de Tempo não fala sobre o pouco tempo que temos para aproveitar a arte, mas sobre a arte de se aproveitar o tempo. Conta a história de Tim (Domhnall Gleeson), um jovem de 21 anos, que descobre que todos os homens de sua família possuem o poder de voltar no tempo. Seu pai (Bill Nighy) explica que essa capacidade limita-se apenas ao passado inserido à realidade particular de cada um.
      Tim toma várias decisões erradas ao longo da história, além de tentar evitar que sua irmã também o faça, e isso em uma obra me encanta. Mas ele, ao contrário de nós, possuiu a oportunidade de corrigir algumas delas, de começar de novo como se fosse a primeira vez. Porém, ele percebe que decisões diferentes, implicam em consequências diferentes. Ele escolhe, diante de todos os acontecimentos e possibilidades, viver cada dia como se ele tivesse voltado apenas para curti-lo antes de partir.

Domhnall Gleeson e Bill Nighy

       O diretor Richard Curtis conseguiu conceder um romance simplório de um cara comum (como ele se define no filme: "Muito alto, muito magro e muito ruivo"), e um dom de forma não sensacionalista. Uniu elenco (que inclui a querida Rachel McAdams), trilha sonora, fotografia e uma pitada cômica que formaram juntos um trabalho lindo e digno de reflexão. Enxergo como um encerramento incrível para a carreira de Curtis, que decidiu que esse seria seu último filme, justamente para ter tempo para se dedicar à família.
      Domhnall Gleeson e Bill Nighy formam uma dupla perfeita. O primeiro, possui uma lista de excelentes filmes nas costas, como por exemplo, Harry Potter e As Relíquias da Morte - Partes 1 e 2, Frank e está no elenco de Star Wars VII. O segundo também é um artista de peso, tendo feito trabalhos em: Piratas do Caribe - O Baú da Morte, Operação Valquíria, Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte 1 e Jack, o Caçador de Gigantes.
    Assista ao trailer clicando aqui.

"Apaixonante, cativante, envolvente: faltam adjetivos que possam descrever com precisão o que esse filme provoca no espectador que o receber de braços abertos. "(Robledo Milani - Papo de Cinema)






    2- Timer, de Jac Shaeffer (2010)          


                          
                                                                             
      O romance foi uma ótima crítica para aquela mania do ser humano de buscar pelo amor perfeito. Aquela pessoa especial com quem passará o resto da vida. Claro que, de antigamente até hoje, muita coisa mudou nesse critério na mentalidade do homem, mais ainda existem resquícios de que relacionamentos pouco duradouros não são experiências, mas sim escolhas erradas que fazemos ao longo da vida. 
      Com uma pegada de ficção científica futurista, mas bem mais leve do que veremos em O Preço do Amanhã, Timer é sobre um aparelhinho vendido para as pessoas que querem saber quando irão ver pela primeira vez, cara a cara, sua "alma gêmea". Os personagens se tornam reféns da contagem, não se envolvendo com outras pessoas, enquanto esperam pelo amor verdadeiro. Uma história bastante fantasiosa, claro, mas que cumpre com sua obrigação de fazer refletir. Por quanto tempo as pessoas vão se impedir de viver experiências, com medo de acabarem de repente e saírem machucadas
     Oona O'Leary (Emma Caulfield) se vê com seu Timer sempre em branco, o que significa que seu par ainda não aderiu ao contador regressivo. Desconhecendo os limites do absurdo, ela expressa como "irrelevante" um relacionamento que não está previsto para durar para sempre, seguindo o exemplo de sua família e de outras pessoas de sua convivência que se entregam totalmente à expectativa desse grande amor, se escondendo do mistério e da imprevisibilidade das coisas. Guiada pelos conselhos de sua meia-irmã, ela percebe que viver a vida presa por um senso comum não permite que outras pessoas cruzem o seu caminho.
                                 
Na foto, Emma Caulfield e John Patrick Amedori.

       Não considero como uma película de romance clichê, mas não vou mentir dizendo que daria uma nota 10 para a produção em um modo geral. Foi um filme bastante criticado, não tiro a razão da maior parte das pessoas, mas ainda assim eu recomendo por eu acreditar ser um dos filmes com abordagem mais original que foram lançadas no meio dessa crise criativa que assola o mundo do cinema nesses últimos anos. Não é perda de tempo de jeito nenhum, mas não espere grandes coisas.   
       O final do filme, apesar de todos os comentários de desaprovação, foi surpreendente para mim e o melhor diante de todas as possibilidades. É um dos elementos que permitiu um encerramento equilibrado, sem sustentar o "final feliz" buscado pelas pessoas que é tão criticado pelo autor. Eu gostei.
      O elenco ainda conta com a participação de Michele Borth, Desmond Harrington e Muse Watson.
       Assista ao trailer clicando aqui

   3- O Preço do Amanhã, de Andrew Niccol (2011)

     


     Para os fãs de Justin Timberlake, Amanda SeyfriedJohnny Galecki (sim, o Leonard de The Big Bang Theory!) e o restante de um elenco simplesmente f***, aqui está um filme que não se encaixa muito bem com os outros dois, a não ser pela temática temporal. Possui muita ação, uma crítica social mais forte, uma ficção científica mais futurista que Timer e uma leve alusão a Tempos Modernos. O Preço do Amanhã conta a história de uma época em que o tempo vira moeda de troca na vida de uma pessoa a partir de seus 25 anos e, nesse contexto, Will Salas (Justin Timberlake), um jovem pobre aspirado a Robin Hood, salva a vida de um rico homem que revela a ele as façanhas do sistema capitalista. Ao receber uma generosa quantia de dinheiro tempo e perder sua mãe, Will é forçado a sair da região pobre para não ser perseguido por criminosos, mas acaba levantando suspeitas por parte dos Guardiões do Tempo.
     Will conhece o magnata Philippe Weis (Vincent Kartheiser), e sua filha Sylvia (Amanda Seyfried), a qual usa como refém na perseguição que se inicia no momento em que os Guardiões do Tempo o alcançam. Enquanto isso, o governo continua aumentando os impostos aos pobres, para que os ricos enriqueçam muito mais e continuem a viver eternamente, situação em que o pai de Will é lembrado por tentar contornar, e que vai inspirá-lo a fazer o mesmo.

         


       Uma curiosidade interessante, é que antes do início das filmagens, Bryan Singer (X-men - O Filme) estava cotado como diretor e roteirista. Andrew Niccol, fez um trabalho abaixo da média e com alguns errinhos básicos de montagem e roteiro. Mas ainda assim, o filme tem seu mérito no elenco e de que forma o tempo é tratado na urdidura. Outro detalhe que chama a atenção se falando de atores, é que são todos novos, até mesmo aqueles que interpretam personagens de 70 ou 105 anos. Vale a pena assistir e imaginar como seria caso Bryan tivesse dirigido.
          Assista ao trailer clicando aqui.

     Cada um desses três filmes, me remeteu a minutos de reflexão que me levaram em algum momento para a mesma questão: por mais evoluídos que cheguemos a ser, tirar proveito do tempo é algo cada vez mais impossível. Não é só a tecnologia que se torna uma vilã, como vimos em Timer, mas todo o sistema, toda a alienação que afoga a sociedade e a cega com uma falsa impressão de liberdade. 
        Existem outros filmes que abordam esse tema, como Looper (2012) e Agentes do Destino (2011), mas das três opções discorridas aqui, Questão de Tempo desbanca no primeiro lugar do meu pódio. Insisto, vale a pena assistir a todos. Afinal, se você já perdeu o seu precioso tempo lendo isso tudo, não custa nada perder mais um pouquinho para aprender mais sobre ele. ;)

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